No hobby da audiofilia algumas regras
são sempre impostas e tentam te dizer como você deve ouvir música ou áudio. É
sempre considerado um hobby solitário, apreciado em pequenos quartos escuros e
bagunçados. Equalização é considerada parte de um mundo sujo que deve ser
evitada a qualquer custo. E claro, nesse hobby, vinil é considerado muito
superior a qualquer tipo de áudio digital, mesmo os de alta resolução.
Eu penso que a maioria dessas
regras old-school são absurdas e não refletem o verdadeiro propósito do hobby.
Por exemplo, porque os quartos audiófilos tem que ser feios? Por que sua esposa
tem que te olhar de cara feia? As caixas acústicas de hoje em dia estão anos
luz a frente do que eram uma década atrás em termos de design, acabamento e
aparência de modo geral. É muito mais fácil integrá-las ao visual de sua casa e
mesmo assim terem uma grande performance.
A ideia de que os audiófilos
devem ouvir sozinhos, numa sala escura é no mínimo boba. Todos gostam de música,
é uma atividade eminentemente social e inclusiva. Por que não chamar as
crianças para a sala de áudio? É o momento de deixá-los ouvir os artistas favoritos
deles e de você mostrar alguns dos seus a eles. Por que não compartilhar com
seus convidados, depois do jantar, áudio de altíssima qualidade? Você pode estar
criando um novo fã de áudio em alta resolução! O ponto é, por que não usar seu
sistema em sua sala de estar?
‘Room correction’ (aqueles
sistemas de correção da sala digitalmente, através de um software que usa um
microfone pra analisar as deficiências do ambiente relativas ao áudio e
corrigi-las com uso de equalização inteligente) sempre foi odiada pelos
audiófilos. Mas eles não podem nunca questionar o fato de que seus álbuns
favoritos foram mixados tendo um monitor no estúdio que passou sim por uma equalização
e o próprio disco foi gravado usando se uma mesa de 128 canais totalmente
equalizada. As correções digitais dos ambientes hoje em dia é muito mais
sofisticada, softwares da Trinnov, Dirac, Anthem e Audyssey conseguem minimizar
as deficiências do ambiente e ajudar as caixas acústicas a tocarem lindamente
numa determinada sala. Por que lutar contra esse conceito quando a outra alternativa,
na busca do nirvana sonoro, é ficar ligando e desligando cabos ou neuroticamente
ficar trocando equipamentos? Esse ‘nirvana sonoro’ é facilmente medido e
alcançado no domínio digital.
Sempre detonei vinil, e continuo
defendendo meu argumento de que, comparado com as músicas HD de hoje, vinil é
uma droga! A gama dinâmica máxima do vinil é em torno de 65 dB (SACD tem gama
dinâmica de 120dB). Um toque no tambor menor da bateria é o dobro disso.
Simplificando, vinil não pode fisicamente reproduzir toda a dinâmica de sua
música, o que ele te dá é uma sensação que parece boa mas no fundo é distorção.
Só pode ser nostalgia que alguém invista seu dinheiro em algo com tão pouca
resolução ao invés de ter um HD externo cheio de arquivos com qualidade de uma
master tape. Com uma assinatura de US$20
por mês no TIDAL, você pode acessar todas as master tapes de vários CDs existentes
no mundo. É um mundo novo. Abrace o.
Outra regra dos audiófilos é aquela
que diz que seu som stereo não precisa de um subwoofer. A ideia de que eles
existem só para home theater bombásticos é um conceito antigo. Não é
inteligente investir dezenas de milhares de dólares em caixas acústicas e
sacrificar as oitavas mais baixas. Subwoofers evoluíram e estão com preços excelentes. Ou seja, um
sistema com subwoofer te dá uma melhor performance por um preço total menor.
Gostem ou não, conservadores, os
tempos estão mudando no que diz respeito ao áudio. Que tal trazer a experiência
de seu porão para a luz do dia?
By: Jerry Del Colliano,
O original aqui: http://hometheaterreview.com/its-time-to-start-breaking-old-school-audiophile-rules/
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