sábado, 29 de novembro de 2008

Western Digital Media Player




Adquiri um aparelho idêntico a este, estava preparando uma review, mas a do meu amigo Adler Victor ficou tão boa que, com sua autorização, a reproduzo aqui:
Caros,

Recebi ontem meu WDTV da Western Digital.

Para quem ainda não conhece é um Media Player barato ± U$ 100,00 nos EUA.Não tem HD ou nenhum outro tipo de armazenamento interno mas conta com duas portas USB que aceitam Pen-drives e HDs externos.As portas USB, uma atrás e outra lateral são padrão 2.0 e aceitam drives formatados em FAT, FAT32 e NTFS.

Para saída de vídeo existem conexões video composto e HDMI. Só testei via HDMI que pode ser configurada para 4x3 ou 16x9 em várias resoluções.Testei as resoluções 720p/60Hz e 1080i/60Hz sem problemas.

Todos os videos de teste (MKV, AVI, MPG) e Fotos (JPG) ficaram claros com bom contraste e sem pulos ou travadas.Do videos em alta resolução, testei MKV em 720p e 1080p e ambos tocaram sem problemas. Apenas um video de teste que eu suspeito que não esteja dentro dos padrões não foi exibido e uma mensagem de "unsupported format" foi mostrada.Sobre as legendas verifiquei que o arquivo .srt tem que ter o mesmo nome do arquivo de vídeo e precisa estas no formato UTF-8, como bem explica a documentação.Para converter um arquivo .srt não compatível basta abri-lo no Notepad (bloco de notas) e salvar no formato UTF-8. Este formato é requerido pois o WDTV é capaz de mostrar legendas em idiomas asiáticos.A legenda é mostrada em caracteres brancos com até duas linhas, mas não é capaz de mostrar itálicos.Não gostei da separação entre as linhas, nem de não poder mudar a posição ou a cor (prefiro amarela).

Na parte de audio existe uma saída analógica e uma digital óptica. Na saída digital pode-se configurar através do "Audio Output" para stereo ou "digital" que entrega o formato de áudio para o receiver assim como está no arquivo. Ou seja se temos um MKV com DolbyDigital ou DTS teremos esse formato no receiver. Funciona perfeito! Testei com arquivos nos dois formatos e também um em DobyDigital EX que tocou sem problemas.Existem configurações básicas do tocador e outras específicas para fotos, videos e musicas.Na parte de audio, ele é compatível com MP3, WMA, AAC, FLAC, AC3, OGG, WAV, LPCM.

Testei com alguns MP3 (VBR) e alguns WMA e o som me pareceu correto, sem distorções, bom volume e sem brilho excessivo que muitas vezes se percebe em alguns tocadores.Uma grata surpresa foi verificar que ao se ligar um iPod a USB ele lê todas as musicas e vídeos do mesmo sendo capaz de tocar ambos e ainda mostrar as capas dos discos. Muito Bom!!Ao tocar uma música é apresentada a tela abaixo com as informações do ID-3 tag, tempo e a próxima música.

Na parte de fotos pode-se abrir todas de uma mídia ou navegar por folders onde são mostradas miniaturas das fotos. Existe uma configuração para mostrar a foto na sua resolução original ou para adaptar a resolução da tela.

Resumo:O aparelho ainda está no seu primeiro "Firmware" 1.00.1. O próximo deve sair em janeiro e por isso algumas coisas podem ser corrigidas ou melhoradas.Na caixa vem o aparelho, controle remoto, cabo AV, fonte e suporte para colocação na vertical.

Pontos Positivos:
- Lê as musicas e vídeos do iPod
- Toca quase todos formatos de vídeo (MKV, AVI, MPG, DivX, etc.)
- Toca quase todos formatos de áudio (MP3, WMA, FLAC, OGG, AAC, etc.)
- Tem saida HDMI- É possível selecionar a resolução (480i a 1080p)
- É possível selecionar o formato (4x3 ou 16x9)
- A imagem é realmente muito boa, sem diferenças para meu HTPC
- Exibe as legendas .SRT
- É muito barato em comparação com Popcorn e TVIX.

Pontos Negativos:
- As legendas tem que estar em UTF-8 (Quase todas vem em ANSI.)
- É precisos abrir todas no Notepad e salvar como UTF-8
- Não tem rede (com ou sem fio)
- Não tem Video-Componente
- É um pouco lento na resposta ao controle remoto
- Não desliga totalmente, está sempre um pouco morno
- Não gostei do formato de exibição das legendas

Espero que gostem deste mini review.

Estou a disposição para outros testes e perguntas.
1 abraço,Adler Victor

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O Grande Problema Chamado Judder e a Supervalorização do 24p


Uma tradução livre de artigo postado no site projectorcentral.com http://www.projectorcentral.com/judder_24p.htm


Seu novo sistema de Home Theater 1080p está pronto para funcionar. Você está ansioso para assistir a seu clássico favorito: Casablanca, de uma maneira que você nunca tinha visto, com riqueza de detalhes e contraste. Seu player de Blu-ray é capaz de reproduzir o disco que você tem em mãos da forma que todos hoje em dia consideram ideal: no formato nativo, no qual foi gravado, 1080p 24fps. Tudo então está perfeito. Vamos ao filme.

Você aperta o botão play, o logo da Warner aparece com detalhes nunca antes visto por você, o mapa do Mediterrâneo brilha na tela numa nitidez absurda. Você assiste a tudo com um sorriso nos lábios. Quando, de repente, aos 2 minutos e 3 segundos de filme, a câmera se fixa no horizonte para, logo em seguida, descer até ao nível da rua. Neste momento a imagem é praticamente inassistível. Toda embaçada sem vestígios da nitidez de segundos atrás. Daquelas de doer a vista. Você, piscando os olhos, parece não acreditar. Como que sua TV de LCD ou seu projetor de LCD ou DLP, de última geração, que aceita sinais 24fps pode apresentar tais anomalias?

Bem vindo ao 24p. O que você acaba de presenciar é conhecido como motion judder (não encontro tradução para o português) um artefato que incomoda bastante e é derivado do fato de o filme ter sido gravado em 24 quadros por segundo (fps = frames per second). A gravação em 24fps foi adotada como padrão em 1926 para ser compatível com as faixas de áudio.

A indústria cinematográfica ficou presa, desde então ao padrão 24fps. Quando a câmera faz um pan (mover-se rapidamente de um lado para o outro) o motion judder está presente em forma de tremidas na imagem ou na transformação numa coisa toda embaçada e disforme. O triste fato é o seguinte: seu sistema 1080/24p mostra o filme em sua forma mais pura, da forma em que foi gravado no disco de Blu-ray ou HD-DVD.

Na verdade nunca, antes do Blu-ray, havíamos sido expostos há uma forma tão pura de se mostrar um filme em 24fps. Nos cinemas de hoje em dia são usados sistemas que duplicam a exposição dos quadros da película, desenvolvido exatamente para combater o judder. Você pode ver algum judder no cinema, mas bem menos que em Blu-ray ou HD-DVD quando em 24p.

Portanto o judder incomoda isso é fato. Os fabricantes de displays desenvolveram então, cada um a seu modo e com nomes diferentes, processamentos de imagem capazes de amenizar seus efeitos. A Panasonic no seu projetor AE3000 tem um sistema chamado Frame Creation, e é isso mesmo que ele faz, criar quadros para diminuir o que o 24p insiste em provocar. Sendo assim, a cada 1/24 de segundo é mostrado um quadro, formando uma taxa de 96Hz. 25% do que você vê é o quadro gravado no Blu-ray os 75% restante foram criados pelo projetor. Como nada é perfeito o sistema é propenso a artefatos.
Os sistemas nas TVs de LCD conhecidos como 120Hz amenizam também o judder do 24p e o outro, causado pelo baixo tempo de resposta das LCDs. Mas sempre com algum efeito no mínimo estranho no resultado final.

Um desses efeitos é deixar filmes tomados em película, portanto 24p, com estética de tomadas em vídeo, ou transmissões ao vivo. Muitos dizem, não uso 120Hz pois os filmes ficam parecendo vídeo, prefiro o judder.
Acostumamos-nos à estética 24p do cinema, criada na transição do cinema mudo para o falado. Esse padrão estético é que nos faz diferenciar um filme tomado em película de um tomado em câmeras digitais. Como a tecnologia se move rápido, nada impede que nossos filhos ou netos venham a assistir filmes em película filmados em 60 quadros por segundo. Este talvez passe a ser o novo padrão estético do cinema em alguma futura década deste novo século. E eles olhem para trás e se perguntem como nós, seus pais e avós, conseguíamos assistir filmes com efeitos tão bizarros como o judder, por exemplo.

Se nossa nostalgia permitir, podemos rapidamente nos acostumar com a futura estética do 60p, principalmente se pararmos para pensar que nossa nostalgia é baseada em padrão estético que remonta a era do cinema mudo.

sábado, 15 de novembro de 2008

Volume ideal. Ele existe?



Não sou apenas um entusiasta de áudio e vídeo. Eu respiro áudio e vídeo. Mal comparando (o cara é um senhor jornalista eu escrevo um blog que menos de meia dúzia lê) o Juca Kifouri respira esporte, principalmente futebol, ele só fala disso, eu só falo de som e vídeo.

Essa introdução tosca é apenas pra dizer que falo muito, leio muito, escrevo muito sobre o assunto, não só aqui, mas com os amigos e clientes (para os que não sabem trabalho com venda e instalação de Home Theater). Um dos assuntos que abordo constantemente em meus papos informais é sobre a regulagem ideal de volumes de cada canal de áudio em sistemas 5.1 ou 7.1. Regulagem de vídeo também é assunto interessante que abordei semana passada com amigos freqüentadores da Cinemasound (minha loja na Savassi – BH).

Sobre Auto Setup de áudio:
Desde a época em que eu regulava meus receivers usando o decibelímetro (eu prefiro o nome Sound Level Meter) da Radio Shack, eu considerava que o volume do subwoofer e dos canais surround ficavam abaixo do que eu considerava ideal. Aí vieram os receivers com “Auto Setup”, mas a história não mudou muito, o sistema continuava com pouco grave e caixas traseiras falando baixo. Aí, lendo muito sobre o assunto, como sempre fiz, descobri que tanto os volumes estabelecidos pelos sound level meters ou pelos auto setups dos receivers são para audição nos níveis de volumes recomendados como “ideal” por instituições como Dolby Laboratories e Lucasfilm (THX). Esses volumes de audição são altíssimos na maioria das vezes, são volumes usados em cinemas, em torno de 75db em cada canal. Nos cinemas fica bom, mas em casa é muito alto.

Conclusão, para ouvir mais baixo, em volumes que a esposa e vizinhos não reclamem, o subwoofer desaparece junto com as caixas surround. Fiquei feliz porque eu não descobri isso sozinho, o pessoal da Lucasfilm e da Audyssey (a maioria dos fabricantes de receivers usa o sistema de auto setup da Audyssey) já sabiam há muito e desenvolveram sistemas que resolvem essa situação.

Essa é a novidade de 2009 para receivers: “THX Loudness Plus” e “Audyssey Dynamic EQ”. Ambos vieram para que possamos ouvir nossas músicas, nossos filmes, esporte e nossos shows em volumes civilizados sem perder nenhum detalhe. Venho usando esses sistemas há um mês (no receiver da Onkyo TX-SR806) e não vivo mais sem eles.

Não dá para usar os 2, escolha um deles, ambos funcionam bem. THX é uma marca com um senhor valor agregado, mas tenho que admitir, o sistema da Audyssey é melhor. Talvez porque foi ela quem fez o auto setup e sabe onde as coisas estão. Por isso ela faz com que, mesmo a volumes de 11 horas da noite, os canais traseiros se mostrem presentes e vibrantes e o grave permaneça profundo. Tudo isso sem incomodar.

Como vivi tanto tempo sem controle remoto, sem telefone celular, sem progressive scan, sem HDMI, sem HDTV, sem Blu-ray, sem Dynamic EQ da Audyssey????